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23 Cards in this Set
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Sangramento uterino anormal: conceitos |
![]() - não é um diagnóstico, é um sintoma
- Pode ser: A) disfuncional (SUD): corrige com hormônio, dx de exclusão B) orgânico: gestação, mioma, câncer, adenomiose
- ciclo menstrual normal: ver foto.
- o padrão individual define o que é normal ou não. A queixa de mudança é o que realmente importa. - SUA é mais comum nos extremos etários da vida reprodutiva. - 1-2 episódios de SUA no ano são toleráveis/normais |
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SUA: padrões anormais de sangramento e causas gerais |
![]() PALM-COEIN
Estruturais: Pólipo, Adenomiose, Leiomioma, Malignidade/hiperplasia
Não estruturais: Coagulopatia, disfunção Ovulatória, Endometrial, Iatrogênica, Não classificada |
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SUA: causas por faixa etária (RN e crianças) |
A) período neonatal: - 2 a 3 dias de vida. Estimulação do endométrio pelo estrogênio materno. Com queda do estrogênio após nascimento, endométrio descama. Sangramento leve e escuro. - conduta: observação
B) infância - corpo estranho: corrimento, sangramento, pus - trauma/abuso sexual: queda a cavaleiro; estupro - irritação vulvar/infecção: prurido com coçadura. Escoriações e fissuras - prolapso uretral: mucosa friável. Massa simétrica ao redor da uretra (eversão da mucosa) - tumores vaginais (20% do total na infância): mais comum é sarcoma botrioide (rabdomiossarcoma). Massa em cacho de uva. - tumor ovariano: produz hormônio - puberdade precoce: caracteres sexuais antes de 8 anos |
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SUA: causas por faixa etária (adolescentes e adultos) |
C) adolescentes: - anovulação: imaturidade do eixo HHO (principal causa de SUA na adolescência, sendo uma SUD). Dois primeiros anos após menarca têm ciclos comumente irregulares. Se regulares, pensamos em outras causas. - coagulopatias: PTI (#1), dç de von Willebrand (#2). Sangramento excessivo. Segunda hipótese após anovulação. - gestação - ACO's e outros hormônios exógenos: principalmente por adesão errada ao uso - infecções: destaque para clamídia - causas anatômicas: malformações uterinas e vaginais
D) adultas: - gestação e SUD: as duas mais comuns - pólipos, leiomiomas e adenomiose - ACO's e hormônios - infecções - neoplasias |
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SUA: causas por faixa etária (perimenopausa e pós-menopausa) |
E) perimenopausa: - anovulação - pólipos, leiomiomas e adenomiose - câncer
F) pós-menopausa: - estrogênios exógenos (TH) - 30% - endometrite/vaginite atrófica - 30% - câncer de endométrio - 15%. Logo, se SUA em maior de 45 anos, requer biópsia endometrial *uma causa decoreba: atrofia cística por uso de tamoxifeno no tto de ca de mama. O endométrio estará bem espessado. |
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SUA: abordagem |
1. Anamnese e exame físico - primeiro exame é o especular 2. Exames: - teste de gravidez: sempre fazer se idade reprodutiva. Independente do relato sobre atividade sexual - hemograma: sempre! - coagulograma - USG: avalia útero. USGTV preferencial. Se anormal, sugere investigação adicional (como biópsia endometrial) *normal para menacme: até 12 mm na primeira fase do ciclo *pós-menopausa: corte para investigação adicional (câncer) varia entre 4-5mm. Se com TH, tolera até 8mm. *se menor que 4-5mm, mais provável que seja atrofia endometrial. *USG sozinho não descarta necessidade de biópsia. Avaliar fatores de risco, etc. - histerossonografia: USG após instilar solução salina. - histeroscopia: padrão-ouro para investigação endometrial (dx e terapia). Biópsias se suspeita de ca. |
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SUA: tratamento |
Depende da etiologia. Dividir didaticamente em: a) SUA agudo b) SUA crônico |
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SUA: tratamento (SUA agudo) |
1. Clínico *duas principais: ácido tranexâmico e estrogênios
A) com instabilidade hemodinâmica:
- se VO possível, estrogênios equinos conjugados (EEC) em altas doses (1,25mg VO 6/6h) para controle do sangramento - seguir com prostágeno dias a frente simulando ciclo - manutenção com ACO combinado
- outra possibilidade são ACOs em altas doses
- antifibrinolíticos: ajudam a estancar sangramento. Opção: ácido tranexâmico 500-1000mg IV 3x/dia
B) com estabilidade hemodinâmica: - além das opções já citadas, temos: prostágenos em altas doses e AINEs (ác mefenâmico, naproxeno, ibuprofeno)
C) opções cirúrgicas: - tamponamento uterino: cateter de Foley instila líquido para estancar sangramento. Controla e estabiliza até definir conduta definitiva. Ideal se há CI a terapia hormonal. - curetagem uterina: pode ser terapêutica. De urgência para pacientes instáveis ou que querem manter fertilidade. Pode recorrer. - histerectomia: único realmente definitivo. Prole constituída ou falha dos demais. |
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SUA: tratamento (SUA crônico) |
A) hormonal: a.1) EEC em altas doses: primeira linha em pacientes estáveis. Segue com progesterona, pausa para sangramento e institui ACO para manutenção. a.2) ACO combinados para manutenção ou mesmo abordagem inicial. a.3) progestogênios em altas doses: pacientes com ciclos anovulatórios, estabilizando endométrio após estímulo estrogênico de longo prazo.
B) não hormonal: antifibrinolíticos, AINEs
C) cirúrgico: - ablação endometrial: contraindicada se detectar hiperplasia ou neoplasia - polipectomia/miomectomia/adenomiomectomia |
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Endometriose: conceitos |
Definição: caráter benigno (mas 1% pode malignizar). Glândula e estroma endometriais fora do sítio normal.
- local mais frequente: *ovário *extragenital: vísceras pélvicas e peritônio (#1: retossigmoide)
- fator de risco para ca de ovário
- qualquer faixa etária, mas típica do MENACME (média 25-30a) |
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Endometriose: teorias etiológicas |
Ainda em discussão. Provavelmente as teorias se complementam.
1) Teoria da implantação/menstruação retrógrada/transplante/refluxo menstrual - conteúdo menstrual com células viáveis que aderem a sítios ectópicos - faria com que obstrução vaginal, por exemplo, fosse fator de risco - menstruação retrógrada em si é comum em 90% das mulheres. Exigiria fatores adicionais - não explica as diferenças morfológicas e funcionais entre endométrios normal e ectópico
2. Teoria imunológica: - alterações imunológicas fariam com que fragmentos endometriais escapassem de ser eliminados
3. Metaplasia celômica: - endometriose por metaplasia in situ do peritônio gerando tecido endometrial - pouco validada, mas explixaria casos em meninas pré-púberes (nunca menstruaram) e homens (em uso de estrogênio para ca de próstata)
4. Teoria iatrogênica: - transplante iatrogênico de células em procedimentos ginecológicos ou obstétricos (cesariana, amniocentese, etc)
5. Disseminação linfática: - explica locais distantes, como retina, cérebro, etc. |
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Endometriose: fatores de risco e de proteção |
Risco: 1. HF 2. Primiparidade tardia/nuliparidade 3. Menarca precoce/ciclos curtos 4. IMC baixo 5. Álcool e cafeína 6. Malformações mullerianas (agenesias, útero bicorno ou didelfo, hímen imperfurado) 7. Estenoses iatrogênicas (conização ou cauterização do colo)
Proteção: 1. Exercícios 2. Tabagismo (!!, no ca de endométrio também) |
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Endometriose: aspecto das lesões |
Podem ser típicas ou atípicas.
As típicas evoluem desde vermelhas (mais ativas) até pretas e depois brancas (cicatriciais). Isso ao longo de 7-10 anos. - aspecto de queimadura por pólvora
*apresentação típica no ovário: endometrioma (cístico) *sítio extra-pélvico mais comum: cólon e reto. *sítios extra-pélvicos: dor ou massa palpável com padrão cíclico de aparecimento *forma torácica: manifestação mais comum é pneumotórax *forma vesical/uretral: pode gerar hematúria e disúria |
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Endometriose: clínica e exame físico |
![]() DOR + INFERTILIDADE *endometriose é a condição mais associada a dismenorreia secundária
*a dor não necessariamente se correlaciona com a extensão da doença
A) dismenorreia: queixa mais comum. Progressiva e surge no meio do menacme (com menstruações anteriores normais).
B) dispareunia: relacionada ao envolvimento do fundo de saco e do septo retovaginal.
C) dor pélvica crônica: acometimento peritoneal (aderências, espessamento, coleção de sangue menstrual)
D) infertilidade: - fortemente associada. Distorções anatômicas, interferência no desenvolvimento oocitário ou embriogênese, redução da receptividade endometrial - caso a gravidez ocorra, a endometriose pode regredir ou ter resolução completa E) SUA não é esperado
Exame físico: mais sensível no período menstrual - sensibilidade no fundo de saco/fórnice posterior ao toque - nódulos palpáveis azulados ou marrons - dor à mobilização uterina - sensibilidade e massas anexiais que aumentam de volume durante período menstrual - toque retal é útil |
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Endometriose: exames complementares |
A) CA-125: - alta sensibilidade e baixa especificidade para quadros graves. Quantificam grau da doença e servem para acompanhar tratamento. - dosar nos dias 1 a 3
B) USGTV: - primeiro exame - alta acurácia, em especial para endometriomas ovarianos - preparo intestinal, se feito, melhora análise de lesões intestinais
C) RM de abdome e pelve: - alternativa ao USG - hipersinal - não substitui videolaparoscopia
D) Videolaparoscopia (VLSC): - método de escolha e definitivo, visualiza e biopsia - se operar para diagnosticar, tratar na mesma cirurgia (ressecar ou cauterizar) mesmo sem confirmação histopatológica - indicações: sem resposta ao tratamento conservador ou nas inférteis - videolaparoscopia branca é confiável para excluir endometriose |
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Endometriose: tratamento (I) |
A) conduta expectante: - doença com sintomas mínimos - perimenopousa (regride com menopausa) - pode receber ACO (retarda progressão)
B) clínico: - não cura, busca cessar estímulo estrogênico. Não trata infertilidade. *pergunta clássica: estrogênios isolados obviamente não podem ser usados.
b.1) ACO: menos eficientes mas bem tolerados. Bons para doença leve. Usar ininterruptamente, sem pausa para sangramento.
b.2) progestogênios: a exemplo do SIU-LNG. Atrofiam endométrio. Para muitos, opção de escolha.
b.3) danazol: propriedades androgênicas e progestogências. Inibe GnRH e esteroidogênese, além de efeito direto sobre crescimento endometrial. Muitos efeitos colaterais.
b.4) agonistas do GnRH: induzem menopausa medicamentosa com todos os seus efeitos, inclusive osteoporose. Usar no máximo um ano (e mesmo assim associar estrógeno para evitar osteroporose se uso > 6 meses). |
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Endometriose: tratamento (II) |
Cirurgia: doença grave ou sem melhora com tratamento conservador.
A) cirurgia conservadora: - videolaparoscopia - melhora dor e infertilidade: de escolha principalmente para pacientes subinférteis com endometriomas (especialmente > 4cm), que respondem mal aos fármacos. Buscamos cistectomia, retirando cápsula (recidiva menos). *ou seja, endometriomas maiores não tratam clinicamente. Apenas cirurgia.
*nos casos graves, nem a cirurgia costuma corrigir infertilidade. Considerar FIV.
B) cirurgia definitiva: - grave ou prole constituída - histerectomia e salpingo-ooforectomia bilateral |
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Endometriose: esquema de tratamento |
Para moderada a grave: 1. VLSC para dx e terapia 2. Tto clínico por 6 meses 3. Se sem melhora, VLSC second look 4. Acompanhamento com tto clínico ou incentivo a gravidez (maior chance em até 1 ano após cirurgia) |
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Adenomiose: conceitos |
Definição: tecido endometrial (glândulas e estroma originados da camada basal) entre as fibras musculares do miométrio. Profundidade de 3mm.
Mais comumente é difusa. Mas pode ser focal (adenomioma). Associada a hipertrofia/hiperplasia compensatória do miométrio, aumentando volume uterino.
Assim como a endometriose, é estrogênio-dependente.
Etiologia e fisiopatologia incertas (teorias parecidas com as da endometriose). |
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Adenomiose: fatores de risco e de proteção |
Risco: 1. Multíparas 2. Cirurgia uterina anterior Proteção: 1. Tabagismo |
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Adenomiose: clínica e exame físico |
Clínica é inespecífica.
- frequentemente assintomática - dor e sangramento uterino anormal cíclicos (menstruais) - muito associada a outras condições como miomatose e endometriose - SUA, dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica, infertilidade
Exame físico: - útero aumentado, dolorido, e amolecido (até 12-14cm). Descartar gravidez. |
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Adenomiose: exames complementares |
![]() A) USGTV: - acurácia mediana, confunde com leiomiomas - região mais acometida é a posterior - aspecto de queijo suíço (foto), miométrio heterogêneo
B) RM: - maior acurácia, distingue leiomiomas e adenomiose - parâmetro: mensuração da zona juncional (para dx, mínimo de 5-12mm), sendo ela irregular com baixa intensidade e permeada de manchas de alta intensidade *zona fisiológica com 1-3mm; permanentemente espessada na adenomiose.
C) Histeroscopia: - orifícios na parede uterina, com manchas acastanhadas
D) revisão histológica: - dx definitivo |
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Adenomiose: tratamento |
*teoricamente, reduziria com a menopausa
A) clínico: - sintomas discretos ou pré-menopausa - mesmas opções que endometriose: análogos de GnRH, antagonistas de GnRH, ACO, danazol, SIU-LNG, inibidores da aromatase (não pus lá, mas também servem para endometriose).
B) cirúrgico: - casos refratários
b.1) conservador: mantém fertilidade. Ablação/adenomiomectomia.
b.2) definitivo: histerectomia. Prole constituída. |