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21 Cards in this Set
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Climatério: definições e propedêutica básica |
![]() Climatério: desde o início de indícios de falha ovariana (mesmo que com ciclos regulares) até o início da senilidade (65 anos)
Perimenopausa: entre 2-8 anos antes da menopausa (aqui já com irregularidade menstrual) até 12 meses após a menopausa.
Menopausa: a última menstruação. Diagnóstico retrospectivo 12 meses a frente. Precoce se <40a, tardia se >55a. Média de 51a.
Pós-menopausa: 12 meses após até 65a.
Senilidade: a partir de 65a. Propedêutica básica: - ver foto. Notar que FSH, LH e estrogênio não precisam ser dosados... se clínica compatível, basta. Dosar em casos de falência prematura, por ex. |
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Climatério: perimenopausa |
![]() Decorar quadro.
Clínica: - sintoma cardinal é irregularidade menstrual - fogachos - SUA: avaliação histopatológica. Se endométrio menor que 5mm (afastando ca), tratar com progesterona simulando a segunda fase do ciclo (essa é a conduta na perimenopausa sem clínica hipoestrogênica!) até haver deficit de estrogênio, quando o adiciona, instituindo ACO ou TH. |
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Climatério: menopausa |
A) estrogênio: - ovários têm produção desprezível - estrona circulante vem da aromatização periférica no tecido adiposo de androgênios (androtesnediona e testosterona) *obesas: muito estrogênio sem progesterona, aumento risco de hiperplasia/câncer de endométrio *magras: menos estrogênio, maior risco de osteoporose
B) androgênios: - produção ovariana cai, mas passa a ser a principal função do ovário - substrato para aromatização - principal: androstenediona
C) progesterona: - cessa
D) gonadotrofinas: - aumentam devido à ausência de feedback negativo - ausência de menstruação + elevação de FSH e LH = falência ovariana |
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Climatério: pós-menopausa |
A) alterações precoces: - amenorreia prolongada - alterações vasomotoras (fogachos), com rubor em face, pescoço e tórax, sudorese e sensação de calor, podendo haver palpitações e ansiedade. 1 a 3min, várias vezes ao dia. Não é patognomônico de menopausa. - diminuição da libido e alteração de sono e humor
B) alterações em longo prazo - atrofia vaginal *índice de maturação no exame citológico em 100 células, superficiais/intermediárias/parabasais. Normal é 30-60/40-70/0. Na atrofia, aparecem parabasais podendo ser 0/0/100. - SUA: 30% TH, 30% atrofia, 15% ca de endométrio - risco CV: aumenta com queda de estrogênio, em especial pela maior tendência a aterosclerose. - osteoporose: flashcard a seguir. |
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Climatério: osteoporose |
![]() Doença esquelética sistêmica com menor massa óssea e deterioração da arquitetura.
- osso cortical: denso e compacto, 80% da massa - osso trabecular/esponjoso: mais metabolicamente ativo. Com mais remodelação óssea, assim mais associado a fraturas.
Fatores de risco: - idade: principal. Pico de massa óssea aos 30 anos. Depois perde gradativamente. - HF - deficiência de estrogênio: deficit leva a predomínio da ação de osteoclastos. - biotipo magro: menos estrona.
Fraturas mais comuns: colo de fêmur, coluna vertebral, antebraço distal (fratura de Colles). As de coluna são as mais comuns. - colapso de corpos vertebrais: diminui estatura. Foto na dica.
Diagnóstico: em geral pela clínica após fratura atraumática ou de mecanismo de trauma desproporcional. - densitometria mineral óssea (L2-L4 e trocanter femoral) - Z-score: comparado a mulheres da mesma idade. - T-escore: comparado a mulheres jovens 25-45a, por raça.
- critérios: decorar foto. Dx se dá pelo T-score, e não pelo Z-score.
Indicações de densitometria: variam muito. Individualizar. Mas se guiar por cenários de risco. - mulheres > 65 anos e homens > 70a mesmo sem fatores de risco - mulheres pós-menopausa e homens > 50a se risco de fratura - adultos > 50a com fraturas - artrite reumatoide, uso de corticoides |
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Climatério: terapia hormonal (I) |
Tempo de uso: depende das demandas, resultados, efeitos adversos. Nada pré-estabelecido.
Início: no início da falência ovariana, ou em até 10 anos da menopausa. Janela de oportunidade em que TH diminui risco CV. Se iniciada após, aumenta risco. *solicitar antes: colesterol e frações, triglicérides, Gj, MMG, USGTV *não há tempo máximo para uso
Indicações: *não fazemos em assintomáticas
A) fogachos: - indicação mais comum. Foco em prover estrogênio. - terapias comportamentais: MEV, acupuntura - Outras opções: tibolona, clonidina, venlafaxina, paroxetina. Fitoestrogênios sem comprovação.
B) atrofia vaginal: - se sem perda óssea ou fogachos (demandas sistêmicas de TH), preferir tto tópico estrogênico (nesse caso, dispensa progestogênio). Não tem as CI da terapia sistêmica.
C) Osteoporose: - MEV: exercício, dieta e cessar tabagismo - osteopenia: MEV. Drogas apenas se fatores adicionais de risco para osteoporose. - terapias: indicadas na osteoporose à Dx, osteopenia em > 70a, uso de glicocorticoides em dose imunomoduladora, fraturas de baixo impacto *estrogênio: inibe reabsorção óssea. Usar progestogênio associado para proteção endometrial. * bifosfonados: drogas de escolha para osteoporose. Inibem reabsorção óssea. Alendronato e risedronato (o último é o melhor para prevenção secundária), por ex. Não usar se ClCr < 30ml/min. * raloxifeno: modulador seletivo do receptor de estrogênio * calcitonina: inibe reabsorção óssea * tibolona: progestogênio que é convertido em composto com ações estrogênicas/progestogênicas/androgênicas. * cálcio: não deve ser utilizado isolado. Mais útil em pacientes sem osteoporose ainda, apenas deficit de ingesta. Diminui perda óssea. Combinar com outras drogas. Usamos desde o início do tratamento, primeiramente junto à vitamina D. * vitamina D: geralmente usada com cálcio. Indicar para todas as pacientes acima de 70 anos. |
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Climatério: terapia hormonal (II) |
Efeitos adversos: - hiperplasia e câncer de endométrio. Acompanhar anualmente por USG ou bx o endométrio. TH combinada diminui risco. - se instituída até 10 anos após menopausa, diminui risco CV (janela de oportunidade). Se depois, aumenta.
Contraindicações: - ca de mama/de endométrio - sangramento vaginal indeterminado - AVE, IAM, TEP, TVP - dç hepática grave ativa - porfiria
Essas contraindicações valem para a tibolona também. Alternativa: antidepressivos, como paroxetina, venlafaxina ou fluoxetina.
>> Estudo WHI: terapia combinada (E+P) = diminuiu ca colorretal, aumentou risco CV, aumentou ca de mama |
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Climatério: terapia hormonal (III) |
Regimes:
A) reposição estrogênica isolada: - indicada para pacientes histerectomizadas, exceto se por doença estrogênio-dependente, como endometriose - se tratamento tópico, dispensa progestogênicos mesmo em mulheres com útero
B) reposição combinada: - útero preservado, para proteção endometrial - estrogênio + progestogênio / tibolona
Vias de administração:
A) estrogênio: - padrão, sem comorbidades: ORAL - PAtologias em geral (hepática, HAS, DM, coagulopatia, alergia, fumo) >> PArenteral (transdérmica) - COlesterol alto >> COmprimido. Exceto triglicerídeos, se altos, parenteral. *exame que auxilia a escolher via: perfil lipídico.
B) progesterona: oral ou SIU-LNG |
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Incontinência urinária: conceitos |
Perda involutária de qualquer volume de urina
Mais comum em mulheres por: uretra mais curta, injúria musculofascial obstétrica |
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IU: anatomia do trato urinário inferior |
A) bexiga: - corpo e base separados pelos orifícios ureterais - epitélio transicional (entre cilíndrico simples do ureter e estratificado da uretra) - músculo detrusor: camadas externa e interna longitudinais e intermediária circular. Inervação parassimpática (acetilcolina) - trígono vesical: na base. Limitado acima pelos orifícios ureterais e abaixo pela uretra proximal
B) uretra: - 4 a 5 cm - epitélio varia de transicional internamente a escamoso estratificado externamente - camada muscular circular externa (esfíncter externo da uretra) e interna contínua com colo vesical.
C) inervação: - enchimento vesical pelo SNA simpático. Esvaziamento pelo parassimpático.
1. Simpático: - noradrenalina - receptores do colo vesical, com ação alfa-adrenérgica predominante na uretra gerando contração esfincteriana. - receptores do corpo vesical, com ação beta-adrenérgica gerando relaxamento do detrusor.
2. Parassimpático - acetilcolina - receptores muscarínicos, gerando contração do detrusor
3. Sistema nervoso somático - secundário - inerva assoalho pélvico e esfíncter externo da uretra - controle voluntário da micção |
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IU: neurofisiologia |
Continência urinária: existência de pressão uretral maior do que a intravesical em repouso e ao esforço.
Mecanismos esfincterianos: a) mecanismo ativo/extrínseco: musculatura pélvica que tensiona uretra se aumentar pressão intra-vesical (como tosse). Falha gera incontinência de esforço.
b) mecanismo passivo/intrínseco: tônus uretral adrenérgico e integridade da uretra
Fases de esvaziamento e enchimento: a) enchimento: enquanto ocorre complacência/acomodação vesical. Maior volume gera desejo miccional, com controle cortical da inibição da contração do detrusor e da contração voluntária do assoalho pélvico.
b) esvaziamento: fase de iniciação e fase de micção. |
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IU: sintomas e sinais |
- IU de esforço: tosse, riso, exercício - IU por urgência: acompanha ou precede micção - IU mista - hesitação: dificuldade de iniciar - jato fraco - jato intermitente - sensação de esvaziamento incompleto - gotejamento pós-miccional - retenção urinária: inabilidade de urinar apesar do esforço para tal |
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IU: exame físico |
Exame uroginecológico: - avaliação funcional do assoalho pélvico: inspeção e palpação da contratilidade - teste de perda urinária: manobras de esforço - medida de volume pós-miccional: avalia esvaziamento. Piora incontinência pois mantém bexiga distendida, facilitando perda. Avalia por cateter ou USG. Normal até 50ml. |
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IU: exames complementares |
1. EAS
2. Urinocultura: compulsória antes de procedimentos invasivos de uretra e bexiga. E. coli pode simular IU. Faz antes da avaliação urodinâmica, inclusive. *1 e 2 são os exames iniciais.
3. Diário miccional
4. Teste do absorvente/Pad-Test/do protetor: quantifica perda urinária pesando absorvente antes e depois de 24-48hrs.
5. Teste de mobilidade do colo vesical: identificam hipermobilidade do colo vesical/junção uretrovesical. - teste do cotonete (Q-Tip test): cotonete inserido na uretra até junção uretrovesical. Positivo se ângulo varia mais que 30 graus ao repouso e ao esforço (tosse, Valsalva). - USG: avalia mobilidade do colo ao esforço sobre a sínfise púbica.
6. Avaliação urodinâmica: - principal método propedêutico - flashcard seguinte
> indicações: - IUE sem perda de urina ao exame físico - IU mista - falha no tratamento clínico - pré-operatório |
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IU: exames complementares - avaliação urodinâmica |
![]() 1. Urofluxometria: - gráfico do volume e fluxo urinários - na mulher, dado mais importante é fluxo máximo (acima de 15ml/s), pois se menor pode indicar obstrução uretral ou deficit contrátil do detrusor
2. Cistometria: - traça relação pressão/volume para avaliar detrusor - pressão vesical (PV), abdominal (PA, via retal) e detrusora (PD, virtual), sendo PV-PA=PD. *se PD tende a zero, é o certo. Se diferente de zero, temos detrusor contraindo espontaneamente (ver foto, seria bexiga hiperativa). - pressão de perda: se >90cmH2O sugere hipermobilidade de colo; se <60 sugere defeito esfincteriano. Isso no espectro da IU de esforço.
3. Estudo miccional: avalia fase de esvaziamento
4. Perfil pressórico uretral
5. Eletroneuromiografia: em neuropatas. Avalia esfíncter esterno e elevador do ânus.
*videourodinâmica: associa estudo radiológico. Padrão-ouro atual. |
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IU: classificação |
Via uretral: foco aqui. Por esforço ou de urgência.
Via extrauretral: fístulas? Ureter ectópico? Cirurgia prévia? - perda insensível de urina - fístulas vesicovaginal (requer cistoscopia, alta drenagem) ou ureterovaginal (requer urografia excretora, baixa drenagem) |
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IU: de esforço |
Sinonímia: de estresse O mais frequente. - perda urinária aos esforços (riso, tosse, exercício) - toda perda involuntária pelo meato externo uretral, quando pressão intravesical excede a máxima de fechamento uretral, sem contração do detrusor. Teorias: - hipermobilidade do colo vesical (pressão de perda >90cmH2O) - deficiência intrínseca do esfíncter (< 60cmH2O) |
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IU: de urgência (bexiga hiperativa) |
![]() Prevalência aumenta com idade. Pode ou não haver hiperatividade do detrusor. Assim, bexiga hiperativa é um síndrome que pode ou não ter na hiperatividade do detrusor um diagnóstico urodinâmico. Hiperatividade do detrusor: - Idiopática: mais comum. Também chamada de instabilidade do detrusor. Há contrações não inibidas (CNI). - neurogênica: neuropatias. Hiper-reflexia do detrusor. CNI por lesão neurológica. *cistometria detecta CNIs. |
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IU: outras |
Mista: - as duas associadas. Avaliação revela perda ao esforço e contrações não inibidas (se não houver CNIs, não pode afirmar que é mista). - tratar primeiro a hiperatividade. Se ainda persistir, trata a de esforço com cirurgia.
Por transbordamento: - pressão intravesical supera uretral, mas sem atividade do detrusor. Músculo não contrai, urina por falta de espaço. - neuropatias (DM, esclerose múltipla, etc) |
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IU: tratamento da IU de esforço |
![]() * segundo OMS, a terapêutica fisioterápica deve preceder a escolha por cirurgia. Mas as questões já indicam cirurgia em especial para casos mais pronunciados de IUE por deficiência esfincteriana. * muitas questões trazem cistocele associada. Não precisamos corrigi-la a não ser que seja sintomática. Tratamos a incontinência normalmente.
A) tratamento conservador: - IUE leve ou paciente de alto risco cirúrgico mesmo com IUE de maior grau
- MEV: perda de peso - exercícios perineais de Kegel: melhora ou mesmo cura - eletroestimulação - cones vaginais: mobiliza musculatura local. Pode associar a Kegel - pessários: estabilizam hipermotilidade da junção uretrovesical - biofeedback
- medicações: papel secundário. Duloxetina (no Brasil, não usa para IU, aumenta suicídio), reposição estrogênica tópica (inclusive no pré-op).
B) tratamento cirúrgico: - falha do tto conservador - atualmente, ambos os tipos de IUE (hipermobilidade e deficiência esfincteriana) utilizam técnicas de sling *anteriormente, utilizava-se cirurgia de Burch para IUE por hipermobilidade do colo!
- injeção periuretral de colágeno: curta duração. Casos excepcionais.
*slings: 1. TVT (alça livre de tensão) - retropúbica, obrigando citoscopia posterior por risco de lesão vesical - TVT preferencial à TOT... também corrige cistocele.
2. TOT (alça transobturatória) - faixa suburetral. Dispensa citoscopia. |
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IU: tratamento da bexiga hiperativa |
Tratamento exclusivamente clínico!! Pode começar antes mesmo da avaliação urodinâmica.
Medidas gerais: perda de peso, menor ingesta hídrica, cessar tabagismo, menor consumo de cafeína
Técnicas comportamentais: retreinamento vesical, cinesioterapia (1a linha), eletroestimulação
Medicações: anticolinérgicos. Bloqueiam receptores muscarínicos da bexiga. - oxibutinina - tolterodina (menos efeitos adversos que a oxibutinina) - tricíclicos (imipramina) - darifenacina *contraindicações: glaucoma de ângulo fechado, arritmias, gravidez, lactação, RCU...
Alternativa: toxina botulínica
Novidade 2019: agonista do receptor beta (que relaxa o detrusor): mirabegrona (agonista B3 adrenérgico)... menos efeitos colaterais, como xerostomia, etc |
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