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ORIENTAÇÕES PARA PACIENTES COM A TRAQUEOSTOMIA

Neste material, você encontrará informações para aprender, junto com seus familiares/cuidadores, os cuidados básicos com a traqueostomia, para que, com o tempo, você possa se tornar cada vez mais independente e retomar suas atividades.

O que é traqueostomia?

É um procedimento cirúrgico que consiste em uma pequena abertura feita na traquéia (tubo que fica na parte anterior do pescoço, próxima ao "pomo de Adão"). Neste local, é introduzido um tubo de plástico ou de metal (chamado cânula traqueal) que serve para facilitar a entrada de ar nos pulmões. Na maioria das vezes, a traqueostomia é uma condição provisória, porém pode ser definitiva. Quando o paciente não necessitar mais da traqueostomia (no caso da provisória), serão realizados alguns cuidados para que a cânula possa ser retirada e a abertura se feche completamente.

Cânula de traqueostomia

É um tubo de plástico ou de metal desenvolvido para auxiliar a sua respiração. Após a traqueostomia, é por meio desse tubo que o ar entra e sai dos seus pulmões.


Existem vários tipos de cânulas, fabricadas com diferentes materiais e usadas conforme a necessidade de cada paciente.


1. Cânula metálica;


2. Cânula plástica sem balão (sem cuff);


3. Cânula plástica com balão (com cuff).


Obs : A escolha da cânula ideal depende da avaliação do profissional responsável.

Partes da Cânula de Traqueostomia

A cânula de traqueostomia é composta pelas seguintes partes:


1. CÂNULA EXTERNA


• É colocada na abertura do pescoço e da traqueia.


• Possui uma placa com aberturas nas laterais para a colocação de um fixador com velcro ou cadarço (fita de algodão sarjado), que manterá a cânula na traqueia.


Obs: A cânula externa não pode ser trocada ou retirada em casa, exceto após liberação médica .


2. CÂNULA INTERNA OU ENDOCÂNULA


• É encaixada dentro da cânula externa.


• Deve ser retirada frequentemente para limpeza (4 vezes ao dia ou quando for necessário).


• Assim que for realizada a limpeza, é necessário recolocar a cânula interna dentro da cânula externa.


3. GUIA


• É uma peça que faz parte do conjunto em alguns tipos de cânulas.


• É usada somente para guiar a troca da cânula externa, que só pode ser feita em casa, após liberação médica e orientação do enfermeiro.


• Assim que a cânula externa estiver encaixada na traqueia, o guia deve ser retirado rapidamente para não bloquear a respiração.





Limpeza da Cânula Interna/Endocânula


Para manter a pele ao redor da traqueostomia e a cânula de traqueostomia limpas e livres de infecções, você precisa seguir as orientações:

• Lave bem as mãos antes e depois de realizar os cuidados com a traqueostomia para evitar infecções;


• Luvas descartáveis devem ser utilizadas pelo paciente/familiar/cuidador que for fazer a limpeza.


• O paciente deve estar confortável, na posição sentada ou com a cabeceira da cama bem elevada durante a limpeza;


• Retire a cânula interna . Algumas cânulas possuem um conector com uma trava giratória, sendo necessário girá-lo para desencaixá-lo da cânula externa;


• Realize a limpeza com água corrente, usando detergente neutro ou soro fisiológico e escova fina ou uma pinça e gaze para retirar toda a secreção acumulada, tanto por dentro como por fora.


• Enxague bem, retirando todo o detergente;


• Não utilize produtos à base de cloro na cânula metálica (hipoclorito, água sanitária, etc.), pois podem danificá-la;


• Seque a cânula interna/endocânula com gaze ou papel toalha;


• Recoloque a cânula interna/endocânula dentro da cânula externa e gire o conector até travar (caso possua trava giratória);


• Se a cânula interna sair acidentalmente e cair no chão, realize a limpeza conforme descrito acima e encaixe-a novamente na cânula externa.


• Limpe bem a pele ao redor da cânula. Faça a limpeza no seu pescoço utilizando uma toalha limpa, sabonete líquido ou em barra e água corrente , sem deixar que ela escorra para dentro da abertura do pescoço.


• Troque as gazes que estão entre a sua pele e a cânula de traqueostomia.


• Coloque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço . Nunca corte as compressas de gaze para fazer o curativo, pois os pequenos fios que se soltam podem entrar na traqueia e pulmões, causando tosse e irritações;


• Para prevenir danos à pele e infecções, o fixador tipo velcro ou cadarço deverá ser trocado sempre que estiver com sujidades ou úmido. Durante a troca, é necessário segurar a cânula para que ela não saia acidentalmente da posição correta.


• Ajuste-o deixando um dedo de folga entre o fixador e o pescoço (para diminuir o risco de saída ou deslocamento da cânula e para o conforto do paciente);


• Se utilizar o cadarço, faça um nó nas duas pontas. Para o fixador tipo velcro, feche todas as pontas com o velcro.


Realize este cuidado de 4 a 5 vezes ao dia ou sempre que necessário.


Obs: Nunca retire todo o conjunto de cânula. Caso o conjunto saia procure imediatamente a emergência do hospital.

Protetor de cânula de traqueostomia

Mantenha a traqueostomia protegida por um avental pequeno (rede de crochê) para evitar a entrada de poeira ou ciscos e principalmente o ressecamento da traquéia e dos brônquios. Lembre-se de que agora o ar que entra em seus pulmões não passa mais através do nariz, onde era filtrado, aquecido e umidificado naturalmente. Isso significa que você deverá tomar mais cuidado com a qualidade do ar que respira.

Tosse e Nebulizações

É comum ter tosse após a traqueostomia. Não se preocupe! Isto se deve às partículas de poeira que entram pelo orifício da traqueostomia (antes filtradas pelas mucosas da boca e narinas) e que serão eliminadas pela tosse. Muitas vezes, a endocânula pode sair durante acessos de tosse. Caso isso aconteça, lave-a com água e sabão e recoloque-a dentro da cânula externa .


Procure fazer nebulizações para evitar o ressecamento nas vias respiratórias. As nebulizações deverão ser realizadas com soro fisiológico ou conforme prescrição médica. Faça-as três vezes ao dia e sempre que necessário. Durante a nebulização, coloque a máscara do nebulizador no pescoço em direção à cânula de traqueostomia.


• Se a secreção estiver grossa, difícil de ser eliminada ou entupindo frequentemente a cânula interna, o paciente deverá fazer inalações conforme orientação médica;


• A inalação com 5 a 10 ml de soro fisiológico 0,9% ajuda a umidificar as secreções, facilitando sua eliminação;


• Deve-se usar somente soro fisiológico para as inalações. Outros medicamentos só devem ser utilizados junto com o soro fisiológico após avaliação e receita médica;


• Mantenha a máscara bem próxima à cânula de traqueostomia enquanto estiver fazendo as inalações;


• Tente tossir para eliminar as secreções através da traqueostomia;


• Mantenha a cabeceira da cama elevada nos primeiros 3 meses após a cirurgia se houver muita secreção e/ou tosse.

Aprendendo a se comunicar

Ter uma traqueostomia significa aprender novas maneiras de se comunicar com os outros. O enfermeiro e o fonoaudiólogo o ajudarão a aprender novas formas de falar.


Caso você possa falar


Quando é realizada a traqueostomia, mesmo com a colocação da cânula, você continua com suas cordas vocais. Portanto ainda poderá usá-las para falar. Nesse caso, quando for falar, cubra a saída da cânula de traqueostomia com o dedo.


Caso você não possa falar


Combine alguns gestos com amigos e familiares. Use também expressões faciais, como um sorriso ou piscar dos olhos , por exemplo. Carregue, também, sempre uma caneta e um bloco de papel ou outros meios (lousa mágica, computador, etc.) para se comunicar.

Alimentação e a Traqueostomia

Se o paciente estiver se alimentando por sonda, deve seguir as orientações do nutricionista.


Se o paciente estiver alimentando-se por boca:


Leia abaixo alguns conselhos:


Você pode comer qualquer tipo de alimento, desde que seja orientado por um nutricionista no ambulatório.


• Mantenha-se sentado, quando estiver se alimentando.


• Procure comer devagar, mastigue bem antes de engolir.


• Evite misturar líquidos e alimentos na boca. Procure engolir cada um separadamente.


• Caso ocorra a saída de comida pelo orifício da cânula de traqueostomia, interrompa a alimentação e procure o setor de emergência do hospital.


• Corte a comida em pedaços pequenos para facilitar o ato de mastigar e engolir.


• A alimentação ocorre de forma normal (pela boca), pois o tubo digestivo continua funcionando. O que foi alterado foi a passagem de ar.


• É importante realizar a higiene da boca, mantendo-a sempre limpa

Ajustando o cotidiano com o uso da cânula de traqueostomia


Você pode levar algum tempo para adaptar-se à traqueostomia e até sentir-se incomodado. Com o tempo, você, sua família e seus amigos se acostumarão. Logo você adquirirá prática nos cuidados e poderá retomar suas atividades, sem depender dos outros.

Vivendo sua nova rotina


Procure levar a vida de maneira fácil. Leia os conselhos abaixo:


• Durante o banho de chuveiro use um chuveirinho para auxiliar. Mantenha a água longe da abertura da traqueostomia para que entre na traqueia e pulmões.


• Utilize o chuveirinho (quando possível) ou proteja a abertura com a mão posicionada em forma de concha, ou utilize o colar protetor de traqueostomia para banho, que pode ser encontrado em casas de material cirúrgico;


• Tenha sempre cuidado para não direcionar a água para o pescoço;


• O paciente deve beber bastante líquido, como água, chá e sucos (se não houver contraindicação médica), pois podem contribuir para que as secreções fiquem mais líquidas e fáceis de serem eliminadas através da tosse.


• Inalações podem ser realizadas conforme orientação médica.


• Não utilize tecidos que possam soltar bolinhas ou fiapos próximos à traqueostomia;


• Não utilize substâncias em spray ou em pó perto da traqueostomia;

Curiosidades


Quanto tempo devo ficar com a cânula de traqueostomia?


O tubo traqueal será retirado pelo médico, assim que ele constatar que não há mais necessidade do uso.


Quando a cânula de traqueostomia for retirada, a abertura da operação se fechará?


A abertura da traqueostomia se fecha com facilidade e deixa apenas uma pequena cicatriz, mas para que isso ocorra é necessário o acompanhamento no ambulatório, da Seção de Cabeça e Pescoço.


O fixador com velcro pode ser comprado em casas de materiais cirúrgicos e o cadarço (fita de algodão sarjado) em lojas de produtos para costura.

Para familiares e amigos


A pessoa traqueostomizada precisa de tempo para adaptação. Procure ter paciência. Saiba que a pessoa que você ama não mudou.


Leia a seguir algumas sugestões para ajudá-lo a lidar melhor com a situação:


• Incentive a pessoa traqueostomizada a voltar para suas atividades diárias e manter-se em público com o uso da cânula de traqueostomia.


• Encoraje-o a levar uma vida tranquila.

EMERGÊNCIAS


Recomendamos procurar o setor de emergência se ocorrer:

• Saída total ou parcial da cânula externa;


• Dificuldade para retirar ou colocar a cânula interna durante a limpeza;


• Vazamento de ar na cânula com balão (quando o balonete externo está murchando);


• Problemas ou danos na cânula;


• Febre ou calafrios;


• Dor que não melhora com a medicação receitada pelo médico;


• Dificuldade para respirar;


• Secreção muito grossa dificultando a respiração;


• Aumento considerável na quantidade de secreção;


• Cheiro forte e desagradável nas secreções;


• Saída de saliva, alimentos ou líquidos ao redor ou pela traqueostomia (nesse caso, parar de se alimentar por boca e não beber líquidos até comparecer à emergência);


• Engasgo ou tosse durante a alimentação ou ingestão de líquidos;


• Saída de sangue pela traqueostomia;


• Inchaço do pescoço e face após a alta hospitalar;


• Vermelhidão intensa ou danos na pele na região da traqueostomia.

Obtendo suporte


Após o acesso e leitura desse aplicativo, caso ainda tenha dúvidas, procure os profissionais de saúde para mais informações e esclarecimentos.

Responsáveis pela a elaboração desse aplicativo

Professora Orientadora: Priscilla Alfradique.


Enfermeiras Colaboradoras: Claudia Labriola e Lívia Lírio Campo.


Alunos: Raphael Bica, Rodrigo Yuji, Thais Garcia, Thalia Dourado e Thayná

Referências

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.. Brunner & Suddarth, tratado de enfermagem médico-cirúrgica - v. 3. 9. ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.


Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Assistência.Traqueostomias: orientações aos pacientes / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – 3 ed. – Rio de Janeiro: Inca, 2017