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Hemorragia digestiva aguda: abordagem

Passo 1: estabilização clínica

#1 - ABC


#2 - avaliar perda sanguínea e classificar conforme foto


- choque hipovolêmico: PAS<90, confuso ou agitado ou letárgico, extremidades frias


- 15-30%: taquicardia em repouso com hipotensão postural


- <15%: geralmente sem hipotensão ou taquicardia


*idosos e aqueles em uso de BB podem não apresentar taquicardia



- hematócrito não é bom para avaliar perda sanguínea nos primeiros dias (1 a 2d) pois se mantém já que hemácias e plasma são perdidos juntos.



Medidas:


- punção de duas veias periféricas calibrosas


- dieta zero e monitorização


- reposição volêmica: preferência por Ringer lactato. Inicialmente, 1000-2000ml para adulto e 20ml/kg para crianças.


- cateter vesical de demora


- O2


- exames laboratoriais


- hemotransfusão: geralmente para todos acima de 30% de perda. Mas decisão individualizada.


* apesar de não estimar perda, Sabinston usa para indicar transfusão: meta de 20% em jovens e 30% em idosos.


- plasma fresco de RNI >1,5


- concentrado de plaquetas se plaquetopenia <50.000



O que é estabilidade? Em suma, paciente com PAS>100mmHg e FC <100bpm. O parâmetro mais utilizado porém é a diurese (questão de prova).


Meta: 0,5 ml/kg/h adultos, 1 ml/kg/h em crianças, 2 ml/kg/h em < 1a

Outra questão da USP-RP tinha idosa com PA 90x60 e FC 80 (em uso de atenolol). Gabarito: reposição volêmica.

Passo 2: buscar causa da hemorragia

Classificação:


A) HDA: 80% dos casos. Antes do ângulo de Treitz (entre duodeno e jejuno) - úlceras, varizes, lacerações


- hematêmese


- melena



B) HDB: principalmente cólon. Distal ao ângulo de Treintz - divertículo, angiodisplasia e ca colorretal.


- hematoquezia/enterorragia



*apresentação porém não confirma localização, só sugere...


*digestão de sangue gera: aumento de ureia/BUN e peristaltismo exacerbado (efeito catártico do sangue).



Medidas:


- passar CNG e realizar lavagem. Se voltar com sangue: HDA. Se voltar limpo (bile): HDB. Mas não é muito acurado, pois HDA que cessou ou que é duodenal com piloro fechado, por ex, pode voltar limpo.


- estudos mais atuais preconizam fazer primeiro a EDA para todos com sangramento importante, mesmo na hematoquezia (não garante que é baixo), por ex. Se descartar HDA, foca em HDB. No caso de não visualização por muito sangue presente, eritromicina ou metoclopramida auxiliam no esvaziamento gástrico.

Passo 3: tratando as causas e prevenindo novos sangramentos

Depende da etiologia. Ver a seguir.

Hemorragia digestiva alta: conceitos

80% do total.



Etiologia:


- 30-60% por DUP


- 10-20% por varizes


- 5-10% por lacerações de Mallory-Weiss



Em cirróticos: maioria dos autores afirma que principal seriam varizes, mas Sabinston fala em DUP.



Exame: EDA (idealmente até em 24hrs). Em pacientes de alto risco (>60a ou graves) fazer imediatamente (até 6hrs). Para restante, EDA precoce (6-24h).



*EDA de emergência: tentativa de dx e ablação da origem do sangramento em pacientes instáveis a despeito da reposição volêmica.

HDA: DUP - conceitos

Sangramento é complicação mais comum da DUP. Principal causa de mortalidade e indicação cirúrgica da DUP.



Princípios:


- tto de escolha: clínico-endoscópico.


- hemorragia refratária: cirurgia.

HDA: DUP - tratamento clínico-endoscópico

Após estabilização.



Conduta norteada pela classificação de Forrest (foto).



Forrest I e IIa: requer intervenção.


Forrest IIb: varia. Sabiston prevê remoção do coágulo e lavagem para avaliar. Muitos não fazem porém.



Conduta:


A) clínica: IBP (bolus e contínuo, pode ser feito até antes da EDA), suspender ulcerogênicos (AINEs...), erradicar H. pylori.


B) endoscópica: combinação de epinefrina com eletrocoagulação. Hemoclips também são alternativa em especial para sangramento em jato. Preferir terapia dupla.


- caso não consiga visualizar devido a sangramento: lavagem, eritromicina ou metoclopramida (pró-cinéticos).


- ressangramento: realizar segunda tentativa endoscópica.



Internar: escore de Rockall maior ou igual a 3. Também avalia ressangramento após tto endoscópico. Parâmetros: idade, estado hemodinâmico, doenças associadas, diagnóstico da HDA, sinais de hemorragia recente.

HDA: DUP - indicações de tratamento cirúrgico

Indicações:


- instabilidade apesar de ressuscitação vigorosa (>6U de hemácia) ou hemorragia recorrente


- falha endoscópica (após 2 tentativas) ou quando abordagem endoscópica não é possível.


- sangramento pequeno e contínuo com tranfusão de >3U/dia.

HDA: DUP - procedimentos de tratamento cirúrgico

Prioridade: controle da hemorragia



A) úlcera duodenal: sangra mais em parede posterior.


- pilorotomia + ulcerorrafia, seguida com vagotomia troncular e piloroplastia



B) úlcera gástrica: requer tirar a úlcera.


- gastrostomia > sutura para controle do sangramento > ressecção seguindo as cirurgias habituais para úlcera gástrica de acordo com tipo.



*nos dois casos, isso vale para paciente estável. No instável, só rafia e tratamento definitivo eletivamente.

HDA: lacerações de Mallory-Weiss

Próximas à junção esofagogástrica, principalmente na pequena curvatura, arterial ou venoso.


Vômitos vigorosos.


Ressangramento raro.



90%: requer apenas suporte. Autolimitada.

HDA: outras causas

A) gastrite (lesão aguda da mucosa gástrica - LAMG).


- típica de internados. Fatores de risco: coagulopatia e ventilação mecânica >48h.


- profilaxia com IBP, H2 ou sucralfato nos pacientes com esses dois fatores de risco. Eleva risco de pneumonia porém.


- tratamento: geralmente farmacológico. Se hemorragia refratária, octreotide, endoscopia ou cirurgia. Mas endoscopia tem resultado ruim.



B) Esofagite: causa pouco frequente. Terapia antissecretora basta.



C) Lesão de Dieulafoy:


- princ pequena curvatura


- artéria dilatada e tortuosa da submucosa, congênita. Pode sangrar.


- EDA: vaso visível com ou sem hemorragia na AUSÊNCIA de DUP ou massa.


- tto: combinação de técnicas endoscópicas esclerosantes.



D) ectasia vascular antral gástrica:


- dilatação linear de vênulas que convergem longitudinalmente para antro. Gera estômago em melancia.


- associada à cirrose e à esclerodermia.


- tto: endoscópico. Resolve 90%.



E) hemobilia:


- sangramento na árvore biliar por comunicação dela com vaso.


- tríade de Sandblom: hemorragia + dor em hipocôndrio direito + icterícia


- trauma, manipulação cirúrgica, neoplasia.


- Dx e tto: arteriografia com embolização.


*EDA pode mostrar sangue saindo pela papila duodenal.



F) hemosuccus pancreatus/wirsunrragia:


- erosão de pseudocisto na artéria esplência, criando ligação patológica entre ducto pancreático e vaso.


- hemorragia + dor abdominal + história de pancreatite


- Dx e tto: arteriografia com embolização.


*EDA pode mostrar sangue saindo pela papila duodenal.



G) sd. de Boerhaave:


- ruptura espontânea do esôfago ao vomitar. Pode formar tríade de Mackler (vômito + dor torácica + enfisema subcutâneo).



H) fístula aortoentérica:


- fatal se não operar imediatamente.


- EDA pode flagrar sangramento sentinela, princ. nas terceira e quarta porções do duodeno.


- HDA de vulto + história de prótese aórtica



I) malignidades



J) Lesões de Cameron:


- erosões de hérnias hiatais


- aparecem na multimídia da Unifesp... rsrs

HDA: varizes por hipertensão porta

Hemorragia digestiva baixa: abordagem diagnóstica

- CNG e EDA: afastam HDA. EDA é comum de ser feita em sangramentos graves.


- excluir causas óbvias: doenças anorretais. Realizar anuscopia e até retossigmoidoscopia. Porém mesmo se houver, caso não pareça ser a causa ou haja risco para ca, realizar colonoscopia.


*sempre excluir essas possibilidades antes da colonoscopia.



- 95% colônicas.


- preferência por colonoscopia. Caso inviável pelo vulto do sangramento: angiografia e cintilografia.

HDB: exames

A) colonoscopia:


- para sangramentos leves a moderados.



B) cintilografia:


- exame mais sensível, a partir de 0,1ml/min.


- localiza apenas grosseiramente. Ruim para localizar e não intervém.


- serve para determinar necessidade de arteriografia (mais invasiva). Se +, indica. Se -, evita exame desnecessário.



C) Arteriografia:


- geralmente após a cintilografia. Pode ser empregada diretamente se sangramento maciço. Sensibilidade de 0,5-1ml/min.


- indicada em sangramentos vultuosos que impedem colonoscopia.


- terapêutica (embolização) e localiza com precisão.



*medida heroica: colectomia

HDB: causas

Idosos: doença diverticular > angiodisplasia > neoplasia



Adultos jovens: divertículo de Meckel, DII e pólipo juvenil



Crianças: intussuscepção intestinal e divertículo de Meckel



No geral: dç diverticular.

HDB: conceitos da doença diverticular

Divertículo: projeção sacular do cólon.


Diverticulose (doença diverticular): doença devido a divertículos.


Diverticulite: inflamação aguda do divertículo.



Etiopatogenia: enfraquecimento da parede colônica, aumento da pressão intracolônica, dieta pobre em fibras. Comum no Ocidente.



Sangramento diverticular é arteriolar. Arteríolas tracionadas na região da saculação.



Classificação da doença diverticular: aparentemente pode cair nas provas de SP (foto).



Complicações: 25% inflamam (diverticulite), 15% sangram.

HDB: sangramento da doença diverticular

Divertículos predominam em cólon esquerdo. Os de cólon direito geralmente estão associados aos da esquerda.


*orientais: pouca diverticulose, porém predomina à direita.



Sangra mais à D. Inflama mais à E.


Sangra às custas de um único divertículo geralmente. Sangra na ausência de diverticulite classicamente. Geralmente indolor.


Tendência a ser autolimitado.



Tto: estabilizar, localizar, tratar sangramento (colonoscopia pode tratar com epinefrina, eletrocauterização, hemoclips). Após parar de sangrar, apenas observar.



Cirurgia: se mantém instabilidade após tto. Colectomia parcial (se souber local) ou total (se não souber). Ver foto, resposta B).

HDB: angiodisplasia

Ectasia de pequenos vasos sanguíneos submucosos do intestino. São veias. Sangramentos menos intensos.


Predominam no colo direito, especificamente no ceco.


Maioria assintomática. Quando sangra, tende a ser hematoquezia indolor e autolimitada.



Tto: se descoberta ocasional, não trata. Se HDB, terapias esclerosantes endoscópicas. Se refratário: ressecção segmentar.

HDB: outras causas

A) câncer colorretal: sempre afastar princ. acima de 40 anos. Os de cólon direito sangram mais que os de cólon esquerdo.



B) doenças anorretais: princ. doença hemorroidária, fissura anal, ca colorretal. Sangue vivo, pequena monta.



C) colites: isquêmica, inflamatórias, infecciosas.



D) isquemia mesentérica



E) divertículo de Meckel: ver a seguir.

HDB: divertículo de Meckel

Anormalidade congênita mais frequente do TGI.


Ocorre na borda antimesentérica do íleo terminal, pelo fechamento incompleto do conducto onfalomesentérico (ducto vitelínico).



Divertículo verdadeiro (inclui todas as camadas).



Regra do 2:


- 2% da população geral


- 2 tipos de mucosa ectópica (gástrica e pancreática).



Mucosa gástrica produz acidez, podendo ter lesões na mucosa e sangramento (principal complicação). Mais em crianças.



- pode haver diverticulite: ddx de apendicite. Laparotomia com apêndice normal deve indicar investigar divertículo inflamado.


- acima de 30 anos: obstrução intestinal é apresentação mais comum.



*hérnia de Littré: hérnia da parede abdominal que contém div de Meckel no interior.



- dx: mais acurado é cintilografia com marcador para mucosa gástrica (marca a mucosa ectópica).



- tto das complicações: ressecção cirúrgica do divertículo. Exceto no sangramento, em que também resseca intestino adjacente (ressecção segmentar).


*nos assintomáticos (incidental em cirurgia): ressecar se criança, ressecar ou conduta expectante nos adultos.



HDB em crianças:


A) div de Meckel: hemorragia indolor dissociada de outros sintomas.


B) intussuscepção: obstrução, massa em aspecto de salsicha.

Hemorragia digestiva de foco indefinido: conceitos

Sangramento oculto: detectado apenas pela presença de sangue oculto nas fezes ou anemia ferropriva ou papel Guaiac. Não é visível a olho nu.


Conduta: colonoscopia. Associar EDA desde o início ou após colonoscopia negativa. Prioridade é colonoscopia.



Sangramento obscuro: foco de sangramento não identificado após exames endoscópicos.


Principal causa: angiodisplasia (jejuno).


Conduta: repetir endoscopias e avaliar delgado (cintilografia/arteriografia/enteróclise/enteroscopia/cápsula endoscópica/enteroscopia intra-op).


*já há o conceito de hemorragia do delgado, reservando o termo "obscuro" para quando não se encontra sangramento no delgado também.

Sangramento obscuro: abordagem

#1. O primeiro passo é repetir o exame endoscópico. Resolve 35% dos casos.



#2. O segundo passo, caso o primeiro não resolva, é avaliar o intestino delgado (ponto cego dos exames endoscópicos iniciais). Entre terceira porção do duodeno e íleo terminal.


- cintilografia: maior sensibilidade. Pode ser o primeiro passo.


- angiografia: muitos sugerem ser o primeiro passo.


- endoscopia de delgado


- cápsula endoscópica: para muitos, de escolha.


- enteróclise (trânsito de delgado): cada vez menos usada.


- enteroscopia intra-op: exploração cirúrgica. Casos em que demais não foram suficientes.

Sangramento obscuro: causas

Principal: angiodisplasia (jejuno).



Menores de 40a: div de Meckel, neoplasia ou DC.


*pensando em div de Meckel, podemos pedir de cara uma cintilografia para identificá-lo.


Maiores de 40a: angiodisplasia, AINE.



*uma a mais: sd. de Osler-Weber-Rendu: telangiectasias hereditárias + epistaxe recorrente + envolvimento visceral (podendo gerar sangramento) + HF

Doenças anorretais: introdução

A) musculatura da região anal:


- esfíncter anal interno (músculo liso) contínuo à camada circular do reto. Involuntário.


- esfíncter anal externo: esquelético voluntário. Músculo elevador do ânus e músculo puborretal.



B) histologia: linha pectínea marca mudança de epitélio colunar para escamoso.



C) evacuação: fezes na ampola retal gera reflexo inibitório retoanal. Esfíncter interno relaxa e externo contrai, mantendo a continência.



D) exame da região anorretal:


- posições: lateral de Sims, genitupeitoral, ortostática com apoio (bent over), litotomia modificada.



1. Inspeção: visualização da área anossacrococcígea. Afastar nádegas com ambas as mãos.


2. Toque retal:


- tônus muscular do ânus: pressiona esfíncter externo para avaliar abertura. Depois retira o dedo e espera fechar. Reflexo anal.


- toque em si com indicador (xilocaína ou vaselina).


3. Retossigmoidoscopia:


- se feita, em geral precede anuscopia. Avalia cólon distal.


4. Anuscopia:


- permite biópsias de lesões suspeitas e avaliação de lesões mais externas.

Doenças anorretais: hemorroidas

Hemorroidas internas:


- acima da linha pectínea


- plexo hemorroidário superior


- sangramento


*sangra mais em adultos jovens. Indolor, vermelho vivo, pequeno volume.


* podem evoluir e prolapsar. Ver e decorar classificação na foto. Determina tto.



Hemorroidas externas:


- abaixo da linha pectínea


- plexo hemorroidário inferior


- dor

Doenças anorretais: hemorroidas - clínica e diagnóstico

Hemorroida interna: prolapso, sangramento, prurido, eventualmente dor (mais no grau IV).



Hemorroida externa: desconforto anorretal, dificuldade de higiene e dor (especialmente trombose).


*sangra menos (epitélio escamoso)



Diagnóstico: clínico. Anamnese e exame físico.


*se sangramento em paciente com mais de 40a, em paciente com fatores de risco para CCR ou paciente com dç hemorroidária de pouca expressão, realizar colonoscopia. Caso contrário, evitá-la.

Doenças anorretais: hemorroidas - tratamento

Hemorroidas internas:


- grau I, mesmo com sangramento: clínico-dietético (higiene, fibras e líquidos). Sabiston indica ligadura.


- grau II e algumas III: conservador (ligadura elástica, escleroterapia, eletro/fotocoagulação).


- grau III muito prolapsadas e IV: hemorroidectomia. Deixa aberto (Milligan-Morgan, fecha por segunda intenção, melhor porque já prevê risco de infecção) ou fechado (Ferguson, fecha por primeira intenção, retira interna e externa simultâneas).


*também faz hemorroidectomia se falha de tto conservador, hemorroida externa sintomática associada, úlcera/fístula/fissura.



Hemorroidas externas:


- trombosadas <72h: excisão.


- trombosadas >72h: analgesia e banhos de assento.

Doenças anorretais: fissura anal

Úlceras lineares.


Mais comum entre 30-50a.


Ainda assim, causa mais importante de sangramento retal em crianças no primeiro ano de vida.


Local mais comum: região posterior do canal anal, na linha média.



Ver foto.

Doenças anorretais: fissura anal - clínica e diagnóstico

Dupla: DOR À EVACUAÇÃO + SAÍDA DE SANGUE VIVO em pequena quantidade que cessa após defecação.



Diagnóstico clínico. História prévia de constipação pode estar presente.



Classificação:


AGUDA: até 3-6sem. Vermelhas, margens irregulares.



CRÔNICA: duração maior que 3-6sem. Brancas, pode haver plicoma sentinela e criptite hipertrófica próxima à linha pectínea.



A fissura anal crônica é secundária à hipertonia do esfíncter anal causada pela dor, o que resulta em redução do fluxo vascular, perpetuando fissura.

Doenças anorretais: fissura anal - tratamento

Fissura anal aguda: emolientes fecais (quadros de constipação), fibras, anestésicos tópicos, banhos de assento, corticoide.



Fissura anal crônica: as acima + diminuição da pressão de repouso anal.


- pomada de nitroglicerina


- dinitrato de isossorbida


- diltiazem tópico


- nifedipino/diltiazem orais



- toxina botulínica (incontinência temporária para flatos e fezes). Reservada para falha dos anteriores e recusa da cirurgia.



- se refratário, cirurgia: fissurectomia ou esfincterotomia interna lateral (secciona parcialmente fibras do esfíncter anal interno).

Doenças anorretais: abscesso anorretal

Fatores de risco: sexo masculino, DII, imunossupressão



Origem mais comum é infecção criptoglandular.



Clínica e diagnóstico: DOR PERIANAL + FEBRE + DESCARGA DE SECREÇÃO PURULENTA.



Dx: clínico. Pode haver leucocitose. Se dúvida, TC ou RNM.



Classicamente, começam na região interesfincteriana e se disseminam para outros locais.



Tratamento: drenagem assim que diagnosticar, mesmo se sem flutuações. É urgência médica por risco de sepse. Não deve marcar drenagem eletiva! ATBs em geral dispensáveis.


- perianal (na margem anal): incisão simples de pele. O mais comum.


- isquiorretal (lateral ao esfíncter externo e inferior ao elevador do ânus): incisão profunda de pele e subcutâneo


- interesfincteriano: drenar através do esfíncter interno para canal anal


- supraelevador/pelverretal (acima do elevador do ânus): drenar através do esfíncter interno para reto inferior



Complicação mais grave: gangrena perineal, mas comum no períneo anterior. Sd. de Fournier.

Doenças anorretais: fístula anal

Pertuito entre abscesso e canal anal. Geralmente orifício interno na altura da linha pectínea.



Classificação:


- interesfinctérica: 45%. Trajeto confinado ao plano interesfinctérico.


- transesfinctérica: 30%. Atinge espaço isquiorretal perfurando esfíncter externo.


- supraesfinctérica: 25%. Atinge espaço isquiorretal perfurando elevador do ânus.


- extraesfinctérica: 5%. Vai do reto à pele perianal sem atingir os esfíncteres.



Regra de Goodsall-Salmon:


- prediz origem da fístula e seu trajeto de acordo com orifício de saída.


- traçar linha transversal imaginária dividindo região anal em anterior e posterior. Orifício interno/primário é letra A na foto. Externo/secundário é letra B. Atentar posição do paciente (na foto é genitupeitoral; mas pode ser litotomia, etc)


- se orifício externo for anterior à linha transversal, trajeto será retilíneo/radial e entrará na cripta mais próxima correspondente.


- se orifício externo for posterior, teremos trajeto curvo e entrará no canal na linha média posterior (comissura posterior).


*a longa fístula anterior (exterioriza a mais de 3cm da margem do ânus) é exceção e não obedece a regra.

Doenças anorretais: fístula anal - clínica e tratamento

Clínica: drenagem de secreção, dificuldade de higiene, prurido. Ao exame, linha endurada. Podemos fazer fistulografia.



RNM, USG podem complementar se precisar.



Ddx: DC, hidradenite supurativa, ca.



Tto: analgésicos e banho de assento para todas. Cirurgia depende do tipo.



Fístulas baixas/simples (inter e transesfincétricas baixas): técnicas de maior risco de incontinência por lesão dos esfíncteres, principalmente se usadas em fístulas altas.


- fistulotomia: abertura e exposição do trajeto. Cicatriza. Mais clássica.


- fistulectomia: excisão isolada da fistula sem abri-la.



Fístulas altas/complexas (transesfinctéricas altas, supra e extraesfinctéricas):


- seton ou sedânio: tração com fio cirúrgico ou dreno Penrose. Secciona trajeto enquanto cicatriza logo em seguida. Leva 2-3 meses.


- fístula plug: preserva esfíncter


- retalho/flap mucoso: fecha orifício interno e faz fistulectomia parcial no orifício externo.


- cola de fibrina: preenche fístula.


- cone biodegradável liofilizado de colágeno porcino: fixa com sutura e preenche com material orgânico)

Doenças anorretais: cisto pilonidal

Pequenos seios cheios de pelos localizados no sulco interglúteo que comumente infectam gerando abscessos. Mais comum em homens jovens, pelos na região.



Inflamação e infecção esporádica: drenagem simples ambulatorial. Retirar pelos também. Indicar depilação após retirada, mas não a longo prazo (exceto a laser).



Recorrente: excisão simples com sutura primária, excisão do teto com curetagem e marsupialização da ferida, excisão completa com retalhos cutâneos.

Doenças anorretais: incontinência fecal

Principais causas: obstétricas. Em geral, lesa esfíncter externo.



Outras causas: trauma, prolapso (estira esfíncter e estira nervo pudendo)



Leve: para flatos e fezes líquidas.


Grave: para fezes sólidas.



Principais métodos complementares:


- manometria anal


- latência motora terminal do nervo pudendo (aumenta na doença)


- US endoanal (avalia lesão muscular)



Tratamento padrão: esfincteroplastia de superposição.

Outras patologias anorretais

A) prolapso retal:


- exteriorização de toda a espessura da parede do reto


- mais em mulheres


- crianças: associado a fibrose cística. Fazer sempre teste de cloreto no suor.


- clínica: sensação de massa anal, sangramento e alteração dos hábitos intestinais


- tto: cirúrgico (em criança pode ser conservador)



B) DST's



C) Neoplasia anal:


- mulheres, HPV, promiscuidade, sexo anal receptivo, tabagismo, HIV, verrugas genitais


- podem ser da mucosa do canal anal ou tumores da margem anal (junção mucocutânea). Mais comum: carcinoma epidermoide/cél escamosas do canal anal.