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Cirrose hepática: definição e patogenia

Definição: remodelamento do parênquima hepático.



- capilares hepáticos são fenestrados e desprovidos de membrana basal.


- entre o vaso e o hepatócito, há espaço de Disse, que funciona como interstício.


- no espaço de Disse, há células estreladas (ou células de Ito), as mais importantes na gênese da cirrose. Normalmente, são células quiescentes, que armazenam vit A.


- processo necroinflamatório leva à liberação de citocinas pelas células de Kupffer ativadas, estimulando as células de Ito a produzir matriz extracelular.


- há deposição de colágeno, com capilarização dos sinusoides, obstruindo fenestras e diminuindo calibre dos vasos (hipertensão porta). Gera um shunt porta-centro (fibrose em ponte) pois sangue não interage com hepatócito.


- tentativas frustradas do fígado em regenerar geram nódulos de regeneração.


- CIRROSE: FIBROSE EM PONTE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO.


*o desarranjo estrutural é mais importante que a perda de hepatócitos.

Cirrose hepática: avaliação

Padrão-ouro: biópsia, porém na maioria das vezes dispensável.



Patognomônico: lobo direito <7cm à percussão + lobo esquerdo aumentado palpável abaixo do gradil costal com superfície nodular e endurecida.

Cirrose hepática: manifestações clínicas

Será foco da próxima apostila. Decorar...

Cirrose hepática: exames laboratoriais

Podem variar de acordo com etiologia. Algumas características comuns que sugerem cirrose, porém, são:


- aminotransferases: podem estar normais. Aumentam se há atividade inflamatória.


* hepatopatia sem cirrose, temos ALT/AST >1.


* na cirrose, inverte. ALT/AST <1


* exceto dç hepática alcoólica, em que ALT/AST <1 mesmo antes da cirrose, na fase de esteato-hepatite.



- FA e GGT: se aumentadas, sugerem quadro colestático. Etiologias como cirrose biliar primária e colangite esclerosante.



- bilirrubinas: fator de mau prognóstico. À custa da BD.



- hipoalbuminemia



- alargamento do TAP



- hipergamaglobulinemia: menor clearance de bactérias gera hiperestimulação humoral. IgA na dç hepática alcoólica; IgM na cirrose biliar primária; IgG na hepatite autoimune.



- hiponatremia



- pancitopenia

Cirrose hepática: exames de imagem

TC, RNM, USG...



Em geral, só detectam alterações nas fases mais avançadas.



Destaque: rastreio semestral de carcinoma hepatocelular (CHC) em pacientes cirróticos. USG + dosagem de alfafetoproteína.

Cirrose hepática: classificações

BEATA com caneta BIC.

Cirrose hepática: classificação funcional

Classificação de Child-Turcotte-Pugh.



Varia de 5 a 15 (5 critérios pontuados de 1 a 3), quanto mais alto, pior o prognóstico.

Cirrose hepática: escore de Meld

Mais usado para definir prioridade de transplante.



Critérios:


- Bilirrubina


- INR


- Creatinina

Cirrose hepática: etiologias

Principais (aula): HBV, HCV e álcool.


Maior causa de cirrose e Tx: HCV.



-V írus: HBV, HCV


- I nfiltração gordurosa: álcool, sd metabólica


- D epósito: dç de Wilson, hemocromatose


- A utoimunidade: hepatite autoimune, colangite biliar (cirrose biliar primária)

Cirrose: pistas de etiologia alcoólica

Em geral, clínica não revela etiologia, porém sugerem etiologia alcoólica:


- intumescimento de parótidas


- contratura palmar de Dupuytren


- neuropatia


- pancreatite crônica associada

Cirrose hepática: cirrose criptogênica (idiopática)

Até 10-15% dos casos.

Cirrose: causas raras

1. Deficiência de alfa-1-antitripsina: acúmulo da versão mutante nos hepatócitos.


- jovem + cirrose + enfisema pulmonar (em não tabagistas) + história familiar positiva


- confirma pela genotipagem da a1-antitripsina


- tto: reposição enzimática. Não melhora fígado, apenas enfisema.



2. Cirrose cardíaca: por congestão



3. Galactosemia: erro inato do metabolismo. Pode gerar hepatopatia crônica.



4. Fibrose cística: cirrose causa as mortes de causa não pulmonar. Gera cirrose biliar focal por secreções espessas. Tto: ác. ursodesoxicólico.

Cirrose hepática: pilares do tratamento

1. Terapia antifibrótica: ex. colchicina


2. Terapia nutricional: não requer restrição proteica


3. Tto da causa


4. Tto de complicações


5. Transplante hepático



*evitar frutos do mar pelo risco de infecção com Vibrio vulnificus e Yersinia sp.


*avaliar status sorológico de HAV e HBV para vacinar se vulnerável.

Doença hepática alcoólica: estágios

Em alcoolistas:



90% evoluem com esteatose hepática (fígado gorduroso).



Até 1/3 evolui com esteato-hepatite aguda (hepatite alcoólica).



Se persistente, evolui com cirrose alcoólica.



*esteatose pode evoluir direto para cirrose.

DHA: doses e fatores amplificadores

Formas graves requerem:


- em homens, >80g/dia por mais de 10a


- em mulheres, >30-40g/dia por mais de 10a



Fatores amplificadores: hepatites virais crônicas, obesidade (mais que a desnutrição)...



De modo geral, fatores de risco adicionais são necessários para dç evoluir. Sem eles, minoria chega a cirrose.



*1 dose padrão: 12g de álcool = 30 ml de destilado, 100 ml de vinho, ou 300 ml de cerveja.

DHA: patogenia

Excesso de álcool é metabolizado na região centrolobular, pela enzima álcool-desidrogenase. Isso gera consumo de O2 significatitivo, levando a:


(A) hipóxia centrolobular


(B) acúmulo de gotículas de gordura (esteatose) por bloqueio da oxidação de ácidos graxos pela hipóxia


(C) formação de acetaldeído - metabólito do etanol - que é tóxico e desencadeia resposta autoimune (hepatite)



Há ainda maior permeabilidade intestinal, com passagem de lipopolissacarídeo (LPS ou endotoxina) para fígado, ativando células de Kupffer. Libera citocinas.



Persistência dos insultos ativa células estreladas... e cirrose.



*efeito dissulfiram ou antabuse: acúmulo de acetaldeído por inibição da acetaldeído-desidrogenase por fármacos como dissulfiram, metronidazol, clorpropamida, entre outros.


*mulheres são mais suscetíveis à DHA. Possível explicação é menor quantidade de desidrogenase alcoólica gástrica. Mesmo assim, número total de doentes é maior entre homens, pelos níveis altos de dependência alcoólica.

DHA: patologia

Predomina na região central (perivenular). Diferente de outras hepatopatias crônicas, que predominam na região periportal.

DHA: esteatose hepática

Basta 1 episódio de libação alcoólica. Totalmente reversível com cessar do etilismo.



Gera depósitos macrovesiculares de ácidos graxos.



Clínica: em geral assintomático. Pode haver hepatomegalia ao exame.



Laboratório: no máximo tocado. Inespecífico.

DHA: esteato-hepatite

Libação no bebedor crônico. Reversível com abstinência.


Ddx: colangite!!



Patologia com:


1. necrose hepatocitária


2. infiltração por leucócitos num parênquima esteatótico NEUTROFÍLICA (polimorfonucleares), ou seja, leucemoide


3. distribuição perivenular/centrolobular


4. Corpúsculos de Mallory (clássicos, mas não patognomônicos)



*outras hepatopatias costumam ter infiltração mononuclear.


*aula: aqui tem forte papel do acetaldeído



Clínica: anorexia, hepatoesplenomegalia, febre, icterícia. Pode gerar ascite e varizes em alguns casos por hipertensão porta transitória.



Laboratório: elevação das transaminases é regra.


- AST/ALT > 2!! Por deficit de piridoxina (B6), que faz parte da síntese de ALT.


- AST e ALT geralmente abaixo de 400 U/l.


- FA e GGT também podem aumentar, mas não >3x LSN.


- outras marcas de perda da função renal...



*sd de Zieve: DHA crônica. Dor abd difusa, anemia hemolítica (macrocítica), icterícia e hiperlipidemia.

DHA: cirrose hepática

Fibrose inicia na região centrolobular, evoluindo para panlobular. Torna-se com o tempo irreversível.



Clínica: típica da cirrose. Alguns sinais sugestivos da etiologia alcoólica: contratura palmar de Dupuytren, intumescimento de parótidas, neuropatia, pancreatite crônica associada. Defende-se que aqui e na hemocromatose, hipogonadismo é mais acentuado.



Laboratório: típico da cirrose de qualquer etiologia.

DHA: biópsia hepática

NÃO É NECESSÁRIA. Dx é clínico.



Só em casos duvidosos.

DHA: sinais de que há consumo excessivo de álcool

Paciente mentindo sobre abstinência:



1. Relação AST/ALT > 2


2. GGT elevada persistentemente


3. Macrocitose (VCM > 100 fl), com B12 e folato normal. Apesar disso, a deficiência dessas vitaminas também é comum.


4. Pancitopenia


5. Aumento sérico da transferrina deficiente em carboidratos (TDC)

DHA: tratamento

- abstinência alcoólica. Reverte esteatose, esteato-hepatite, e fases inicias de cirrose.


- medicações que ajudam na abstinência: naltrexone, acamprosato, baclofeno


- suporte nutricional



- tto da esteato-hepatite aguda: se encefalopatia ou escore IFD (índice de função discriminante) de Maddrey >=32, fazer prednisolona por 4sem. Alternativa é pentoxifilina (se corticoide contraindicado, também previne sd hepatorrenal).


*não fazer GC se sangramento de TGI, IR, pancreatite, infecção.


*pode ser prednisona, mas requer metabolização em prednisolona no fígado, que pode estar comprometida.



- tto cirrose: igual a qualquer etiologia. Se transplantar, requer 6 meses de abstinência.

DHA: rastreio de alcoolismo

CAGE e AUDIT

DHA: complicações neuropsiquiátricas do alcoolismo

1. Encefalopatia de Wernicke: deficiência de tiamina (B1). Tríade de encefalopatia, disfunção oculomotora, e ataxia. Reversível.



2. Sd amnéstica de Korsakoff: geralmente sequela da encefalopatia de Wernicke. Amnésia anterógrada (não retém novos fatos) e retrógrada seletiva (perde lembranças, com confabulações). Demais funções preservadas.



3. Alargamento ventricular com disfunção cognitiva



4. Degeneração cerebelar alcoólica



5. Dç de Marchiafava-Bignami: rara, no corpo caloso. Demência, espasticidade, disartria e perda da marcha.



6. Neuropatia periférica: padrão distal e simétrico.



7. Miopatia alcoólica: rabdomiólise aguda. Atrofia crônica.



8. Sd de abstinência: hiperadrenérgica. Convulsões, alucinose (primeiras 24hrs), delirium tremens (após 24-48hrs).

Esteato-hepatite não alcoólica: introdução

EHNA ou NASH (em inglês)



- dentro do espectro da dç hepática gordurosa não-alcoólica. Esteatose simples >> EHNA >> cirrose.



- lesões idênticas à DHA (esteatose macrovesicular + inflamação e necrose +- corpúsculos de Mallory).



- associados à sd metabólica.

EHNA: epidemiologia e etiologia

Hepatopatia crônica mais comum do mundo!! Causa mais comum do Ocidente de elevação das transaminases.


Na prática, se enzimas aumentadas e sem evidências de outra causa, a principal hipótese deve ser DHGNA!



Etiologia: basicamente todas as possíveis. Destaca-se a sd metabólica.

EHNA: sd metabólica

Decorar critérios.



O problema fundamental é a resistência à insulina.

EHNA: fisiopatologia

(A) resistência à insulina


(B) maior síntese de triglicerídeos


(C) toxicidade por ác. graxos

EHNA: clínica

Na esteatose pura, é assintomático. Na EHNA, pode ter queixas inespecíficas, como fraqueza e mal-estar, ou assintomáticos.



Exame físico: mais frequente é hepatomegalia firme, indolor.

EHNA: laboratório e diagnóstico

- pode estar normal ou haver aumento de GGT, AST e ALT. Relação AST/ALT < 1 enquanto não for cirrose (aí inverte)...


- FA não aumenta muito, no máximo 2x LSN.


- índice de homeostase de glicose é útil para avaliar resistência à insulina.



Patologia: igual DHA, com menos corpúsculos de Mallory.



Fatores de confusão:


- autoanticorpos em baixos títulos (hepatite autoimune?) = bx diferencia. Hepatite de interface na autoimune; esteatose macrovesicular + inflamação na DHGNA (ou DHA)...


- marcadores virais positivos (viral?) = bx diferencia. Centrolobular na DHA ou DHGNA; periportal na viral.


- aumento da ferritina e da saturação de transferrina (hemocromatose?) = alterações genéticas da hemocromatose diferenciam (gene HFE).



Dx: excluir outras causas; imagem (USG é mais usado, RNM seria o mais acurado); biópsia dispensável (se dúvida, cirrose, ou >45a)

EHNA: tratamento

- perda de peso


- glitazonas (diminuem resistência insulínica, mas geram ganho de peso...)


- vitamina E (tocoferol): antioxidante


- na cirrose: transplante

Hepatite autoimune: introdução e classificação

Agressão autoimune hepatocelular. Associada a outras condições autoimunes. Na prova, podem usar vitiligo como marcador.



- tipo I: FAN, antimúsculo liso - predomina em mulheres jovens



- tipo II: anti-LKM1 - predomina em crianças



- tipo III: anti-SLA - forma mais grave



*questão da UFRJ: tendo os anticorpos positivos para um tipo, próximo exame pode ser eletroforese para ver aumento de IgG... anticorpos de outros tipos serão negativos e inúteis...


*provavelmente é causa de boa parte da cirrose hepática "criptogênica"


* hepatites virais ou exposições a certas substâncias podem ser gatilho.

HAI: clínica e exames

Assintomático ou dç hepática (aguda/crônica/cirrótica). Manifestações extra-hepáticas por imunocomplexos podem ocorrer.


- na apresentação aguda, a artralgia de pequenas articulações é característica.



Laboratórios: hepatograma flutuante, com aumento predominante de transferases; aumentos expressivos de GGT e FA levam a pensar em superposição com cirrose biliar primária ou colangite esclerosante.


- achado característico: hipergamaglobulinemia policlonal (predomina IgG). Buscar na eletroforese de proteínas.



Biópsia: hepatite de interface (não é patognomônico). Necrose periportal, "piecemeal". Infiltrado mononuclear com plasmócitos.



Dx: de exclusão, principalmente. Também há escores.

HAI: tratamento

Base: azatioprina + prednisona



*em casos leves, pode apenas monitorar.


*pode haver remissão completa clínica e histopatológica. É de praxe repetir bx aos 18m de tto para checar remissão.


- após remissão, tentar suspender droga. Se voltar dç, retoma mesmo tratamento.


- se não houver remissão, troca por outros imunossupressores.

Hepatite isquêmica

Necrose tecidual isquêmica por redução do aporte sanguíneo. Padrão centrolobular.



Quadro: instabilidade hemodinâmica, principalmente pacientes chocados. Aumento de transaminases rápido, aumento de LDH. Pode aumentar outros marcadores, como renais, etc...



Tratamento: estabilizar hemodinâmica.

Hepatite congestiva / Cirrose cardiogênica

Congestão venosa sistêmica; congestão passiva crônica hepática.


Causas principais: dç orovalvar, pericardite constrictiva, cor pulmonale



Clínica: turgência jugular, edema de MMII, hepatomegalia, pulso hepático, refluxo hepatojugular, ascite, icterícia.


*refluxo hepatojugular: vira a cabeça do paciente para a esquerda e pressiona com a mão espalmada o fígado por 10s. Positivo se surgir turgência jugular.



Laboratório: inespecífico. Aumento de enzimas pode ocorrer ou não.



Patologia: fígado em noz-moscada. Alternância entre áreas avermelhadas de congestão e áreas claras de fibrose.



Tratamento: tratar a doença de base.