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55 Cards in this Set

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Diabetes mellitus

Conjunto de doenças metabólicas que se caraterizam por hiperglicémia resultante de alterações na produção ou ação da insulina

Tipos de diabetes mellitus

DM tipo 1 (insulinopenia absoluta) - 5-10%


DM tipo 2 (insulinopenia relativa) - 90-95%


Outros tipos específicos


Diabetes gestacional - 7% das grávidas

Diabetes mellitus tipo 1

Ocorre destruição das células beta dos ilhéus de Langerhans




Existem dois tipos:




Autoimune (tipo 1A) - deteta-se na infância/adolescência; Acs anti-ilhéus (ICAS)/insulina (IAAS) - 80 a 95%




Idiopática (tipo 2A) - sem autoanticorpos detetáveis

Diabetes mellitus tipo 2

Risco aumenta com a idade, obesidade e sedentarismo


Os níveis de insulina podem estar aumentados, normais ou diminuídos (+ comum)


resistência à insulina e diminuição da função das células beta


5-20% com autoanticorpos anti-ilhéus detetáveis

Outros tipos específicos de DM

Alterações genéticas nas células beta


Alterações genéticas na ação da insulina


Doenças do pâncreas exócrino


DM induzida por fármacos (ex:corticosteroides)


Endocrinopatias


Infeções


Causas imunes


Outras alterações genéticas

Causas de morte mais comuns globalmente

Doença cardíaca isquémica


Outro tipo de doença cardíaca


Diabetes


Neoplasias


Doença cardiovascular

Alterações nos vasos induzidas pela hiperglicémia crónica

Macrovasculares (aterosclerose)


- doença coronária


- AVC


- doença vascular periférica




Microvasculares (capilares)


- nefropatia


- retinopatia


- neuropatia

Complicações macrovasculares da DM

Principal causa de morte em ambos os tipos de DM, causando mortalidade em todos os grupos etários


Diminui a proteção dos estrogénios em mulheres na pré-menopausa


São difusas, distais e afetam todos os vasos


Aumentam a taxa de re-enfartes e re-oclusões


Diminuem a taxa de sobrevivência após angioplastia

Complicações microvasculares da DM

Retinopatia - 5% das causas de cegueira, presente na maioria dos casos após 20 anos de doença




Nefropatia - 20 a 50% dos casos totais de hemodiálise




Neuropatia - presente em 30 a 50% dos doentes com DM

Efeitos normais da insulina

Glicogénese ↑


Glicogenólise ↓


Glicólise ↑

Efeitos da DM no metabolismo dos lípidos

Insulina: ↑ Triglicerídeos no tecido adiposo




Dislipidémia diabética:


- Grande produção de VLDL


- HDL ↓


- Lipémia pós-prandial


- LDL ↑

Fatores que influenciam a DM tipo 1

Fatores genéticos (HLA-DR)


Fatores ambientais (ex: vírus)


Fatores imunológicos (ex: acs anti-GAD)

Alelos associados a DM tipo 1 hereditário

DR3/4-DQ8


DR4/DR4




A maioria dos indivíduos com estes alelos não desenvolve DM, mas se houver história familiar, o risco aumenta bastante

Fatores que influenciam a DM tipo 2

Fatores genéticos (familiar com DM2 aumenta o risco de DM2 2,4 vezes)


Fatores ambientais (ex: obesidade, sedentarismo)

Faz-se pesquisa genética para diagnóstico da DM?

Habitualmente, os testes genéticos não fazem parte dos procedimentos de diagnóstico

Vias de lesão direta na DM

Via dos poliois


AGES (advance glication end-products)


Via da PKC


Via da hexosamina




A expressão destas vias é aumentada pela insulinopenia, que leva à hiperglicémia crónica

Células que não se conseguem defender da hiperglicémia crónica

Células endoteliais da retina


Células mesangiais dos glomérulos


Células de Schwann dos nervos periféricos




Lesões nestas células causam as complicações microvasculares

Mecanismo das complicações macrovasculares

A resistência periférica à insulina leva a uma transferência acelerada de ácidos gordos livres dos adipócitos para as células endoteliais




Estas ficam "carregadas" de lípidos e provocam as lesões macro e também microvasculares

Diagnóstico de DM até 1975

Glicosúria


Cetonúria

Porque não é a glicosúria uma medida adequada para diagnóstico da DM?

Pouco correlacionável com a glicémia


O limiar de excreção renal é variável (aumentado nos diabéticos, diminuído nas crianças e grávidas)


Depende da ingestão de fluidos


Resultado negativo não distingue


Pouca precisão e sensibilidade (só se manifesta com glicemia > 180 mg/dL)

Porque não é a cetonúria uma medida adequada para diagnóstico da DM?

A concentração de corpos cetónicos na urina tende a ser maior do que no sangue


Depende da ingestão de fluidos

Que outras utilidades tem a cetonúria?

Importante na monitorização da DM1


Pode ser útil se doseada em caso de:


- infeção aguda


- glicémia >300 mg/dL


- gravidez


- suspeita de cetoacidose

Critérios de diagnóstico OMS/ADA de 1997

Glicémia aleatória > 200 + sintomas (poliúria, polidipsia, perda de peso)


e/ou


Glicémia em jejum >126


e/ou


PTGO >= 200 (2h)

Pré-diabetes/Hiperglicemia intermédia/Alteração à tolerância da glicose em jejum

Estadio intermédio na progressão para DM


Taxa anual de progressão 3-13%


Risco aumentado de doença macrovascular (ex: DCV)


Glicémia em jejum 100-125 mg/dL ou PTGO (2h) > 140 mg/dL

Diferentes alterações na pré-diabetes

Alteração da tolerância à glicose


- resistência à insulina (fígado e músculo)


- redução da produção de insulina (fase inicial)




Alteração da glicémia em jejum


- resistência à insulina (fígado)


- redução da produção de insulina (fase inicial ou tardia)

Vantagens da hemoglobina glicada (Hb1Ac) em relação à glicemia

Melhor padronização


Melhor índice de exposição à glicemia e de risco de complicações a longo prazo


Menor variação biológica intra-individual


Menor variação pré-analítica


Sem necessidade de colheita em jejum


Pouco afetada por alterações agudas nos níveis de glicemia

Hb1Ac para diagnóstico de DM

Doseamento > 6,5% + novo doseamento


Não necessário se flicemia >200 mg/dL


Valor inferior a 6,5% não exclui diabetes

Hb1Ac para prognóstico e avaliação de risco na pré-diabetes

5,7 - 6% -> Risco cumulativo (5 anos) - 12-25%


6 - 6,4% -> Risco cumulativo (5 anos) - 25-50%

Hb1Ac para monitorização da DM

Doseamentos 2x/ano em doentes estáveis


Doseamentos 4x/ano noutros casos

Atuais critérios de diagnóstico de DM

Glicémia aleatória > 200 + sintomas (poliúria, polidipsia, perda de peso)


e/ou


Glicémia em jejum >126 mg/dL


e/ou


PTGO >= 200 mg/dL (2h)


e/ou


HbA1c >= 6,5%

Atuais critérios de diagnóstico de pré-diabetes

Glicémia em jejum 100-125 mg/dL


e/ou


PTGO 140-199 mg/dL (2h)


e/ou


HbA1c 5,7 - 6,4%

Condições para usar gráficos de PTGO

Alimentação sem restrição de hidratos de carbono nos 3 dias antecedentes


Atividade física regular (não se faz em doentes acamados)


Doseamentos em repouso


Doseamentos após jejum de 8 a 14h

Gráficos de PTGO em doentes com DM2

Critérios de rastreio de DM em indivíduos assintomáticos

Excesso de peso


Sedentarismo


Parentes em 1º grau com DM


HTA


HDL > 35 mg/dL ou Tg > 250mg/dL


Ovário poliquístico


Pré-diabetes


Idade > 45 anos

Diagnóstico da diabetes gestacional

Glicemia em jejum >= 92 mg/dL




PTGO (1h) >= 180 mg/dL




PTGO (2h) >= 153 mg/dL




Diagnóstico se pelo menos 1 dos parâmetros está alterado

O que refletem os níveis de Hb1Ac?

Revelam os níveis de glicémia dos 2-3 meses anteriores




Glicagem da Hb:


- 50% nos primeiros 30 dias de hiperglicemia


- 40% - 31º ao 90º dia


- 10% - após 90º dia

Fatores que interferem com a Hb1Ac

Eritropoiese (se diminuída, diminui a Hb1Ac; se aumentada, aumenta a Hb1Ac)




Alterações da hemoglobina (podem aumentar ou diminuir)




Glicação por outros compostos


- ↑ Hb1Ac - alcoolismo, IRC


- ↓ Hb1Ac - aspirina, vit C e E




Hemocaterese (se diminuída, aumenta a Hb1Ac; se aumentada, aumenta a Hb1Ac)




Outros


- hiperbilirrubinemia (↑)


- uso de opiáceos (↑)


- hipertrilgiceridemia (↓)

Frutosamina

Conjunto de proteínas glicadas (mais comum - albumina)


Reflete níveis de glicémia nas 2-3 semanas anteriores


Varia de acordo com a concentração de proteínas


Útil em casos de:


- hemoglobinopatias


- anemias hemolíticas


- DM gestacional

Albuminúria

1ª manifestação de nefropatia


Deve-se ao aumento da permeabilidade glomerular


Incidência: 2-3%/ano


Incidência cumulativa: 20-50%


Presente em 7% dos casos de DM2


Menor incidência e progressão mais lenta na DM2 do que na DM1

Influência da albuminúria na TFG

À medida que aumenta a albuminúria aumenta, a TFG aumenta numa fase inicial (devido à excreção aumentada da glicose), normaliza, e depois diminui progressivamente, à medida que a função renal se vai deteriorando

Fases da instalação do rim diabético

Albuminúria


HTA


Agravamento progressivo da função renal

Doseamento da albumina

Excreção da albumina (mg/24h) - método de referência


Razão albumina/creatinina (mg/g) - método mais utilizado


Contagem minutada




Faz-se inicialmente 2-3x/6 meses; depois 1x/ano

Causas para falsos positivos de albuminúria

IC congestiva


Obesidade/síndrome metabólico


Exercício físico


Infeção urinária


Febre


Menstruação


Hiperglicemia aguda


HTA

Auto-anticorpos na DM

Ac. Anti-célular ilhéus (ICAS)


Ac. Anti-insulina(IAA)


Ac. Anti-descarboxilase ácido glutâmico (anti-GAD)

Porque não são os auto-anticorpos usados para diagnóstico nem monitorização?

Normalmente têm valores muito baixos/borderline, pelo que resultam em muitos falsos negativos

Que utilidade tem a avaliação dos auto-anticorpos?

Estão quase sempre presentes na doença e muitas vezes podem até anteceder o seu aparecimento


Se presentes em indivíduos assintomáticos, são indicadores de possível progressão para DM

Doenças associadas à DM1

Doença celíaca (prevalência = 1-16%)


Hipotiroidismo (P = 7-30%)


Anemia perniciosa (P = 3-5%)

Rastreio da doença celíaca

IgA anti-tTG (anticorpo anti-transglutaminase)




Elevada sensibilidade e especificidade

Rastreio da anemia perniciosa

Anticorpos anti-fator intrínseco


Anticorpos anti-células parietais

Rastreio do hipotiroidismo

TSH


Anticorpos anti-peroxidase


Anticorpos anti-tiroglobulina

Complicações agudas da diabetes mellitus

Estado glicémico hiperosmolar


Cetoacidose diabética


Acidose lática


Coma hipoglicémico

Estado hiperglicémico hiperosmolar

Aumento da osmolaridade do sangue


Glicémia > 600 mg/dL


pH > 7.3


Corpos cetónicos > 320 (300)


Mais associado à DM2


Desencadeado por:


- infeções


- diminuição da ingestão de água


- AVC, EAM

Cetoacidose diabética

Acidose (pH < 7.3)


Hiperglicemia > 250


Corpos cetónicos positivos


Osmolaridade variável


Mais associado à DM1

Acidose lática

Aumento do ácido lático


Acidose metabólica


pH > 7.3


Mais associada à DM2


Desencadeada por:


- insuficiência hepática


- acidose


- hipóxia

Coma hipoglicémico

Desencadeado por insulina ou hipoglicemiantes orais


Associado a ambos os tipos de diabetes